Caetano Alberto, juntamente com Manuel de Macedo, foi um dos fundadores da Revista Occidente. Este e Soares dos Reis conheceram-se em 1876, dois anos antes da criação do Occidente, numa exposição de Belas Artes que teve lugar em Lisboa e onde Soares dos Reis expôs O Artista na Infância .
Soares dos Reis estreou-se como repórter artístico do Occidente, no número 15 de Janeiro de 1879 com o desenho do vapor inglês Olga que havia sido abalroado pelo vapor da marinha mercante francesa Constantin. O Olga que sofreu danos irreparáveis veio a encalhar na praia de Matosinhos e Soares dos Reis dirigiu-se ao local do sinistro onde registou, em desenho, o acontecimento.
Contribuiu ainda com Incêndio depois do desabamento da Ponte de Guindães que saiu no N.º 28 de 15 de Fevereiro de 1879;
Inauguração do Monumento a D. Pedro V, em Braga, no N.º 40 de 15 de Agosto de 1879; o Croquis do Busto, em mármore, de Pinto Beça, escultura de autoria de Soares dos Reis, que saiu no N.º 72 de 15 de Dezembro de 1880;
Colaborou no desenho Porto – Aspecto da Ribeira por ocasião da última cheia que vem assinado por José Brito, por este ser ainda algo inexperiente, que saiu no N.º 78 de 21 de Fevereiro de 1881;
Festas no Porto por ocasião da visita da Família Real – Aspecto do Fogo de Vistas no Palácio de Crystal, no N.º 108 de 21 de Dezembro de 1881, sobre este desenho, pede o artista para que não seja dito que é um desenho só dele já que teve a colaboração, por pouca que fosse, de José de Brito.
Apesar da sua participação enquanto repórter artístico não parecer muito activa, já que são poucos os desenhos que encontramos de Soares dos Reis, o escultor teve com esta revista um envolvimento muito ligado aos “recursos humanos”. Na vasta correspondência que foi trocando com Caetano Alberto – a qual pode ser consultada em Soares dos Reis repórter do Occidente através de vinte e uma cartas, explicadas por Angelo Pereira – é frequente encontrar-se referências a artistas que Soares dos Reis sugere para participarem em edições da revista, quer como repórteres artísticos (Sousa Pinto, Henrique Pousão ou Marques de Oliveira) quer como escritores (como é o caso de Manuel M. Rodrigues) demonstrando mais uma vez o seu lado altruísta, sempre disposto a ajudar os amigos e outros artistas.
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